As máscaras humanas: o Seviciador

Se esta máscara é uma descrição de si ou de alguém que lhe é próximo por favor procure ajuda profissional ainda hoje. A sua vida e a daqueles que ama corre sérios riscos.

O Seviciador é uma pessoa altamente perturbada e ferida cujo passatempo favorito é danificar os outros. É mesquinho, vingativo, detestável, controlador e manipulador. Na verdade este é o pior tipo de predador que anda à solta (quando não está atrás das grades). O Seviciador pode ser uma daquelas raras pessoas que nasce sem consciência, ou então foi vítima de maus tratos e violência para além do que qualquer ser humano consegue suportar. Imagine um animal poderoso, como um hipopótamo ou elefante, que é ferido. Por onde passar deixará apenas um rasto de destruição. O Seviciador só sente algum alívio quando espanca psicológica ou fisicamente as suas presas.

O Seviciador anda continuamente à procura da sua próxima vítima por forma a esquecer a enorme dor que o assola e do sentimento avassalador de impotência que lhe enche o espírito. Escondido na sua mente há uma necessidade de ser superior a todos, mais forte, mais inteligente, mais poderoso que qualquer outra pessoa. E recorrerá a qualquer meio para mostrar que é ele quem detém o poder.

A característica mais perigosa do Seviciador é a sua capacidade de se fazer passar por quem não é, utilizando uma série de máscaras para esconder a sua natureza destrutiva. Hitler é o melhor exemplo do Seviciador dos últimos 100 anos. Mas o Seviciador caseiro não lhe fica atrás. Bate nos filhos sem qualquer motivo, viola a esposa repetidamente, espanca o amigo. Mas tudo feito num segredo perturbador e que impede os outros de verem quem é de verdade. Em sociedade é-lhe fácil mostrar a imagem de homem sério, mas basta olhar para os seus filhos ou esposa para reconhecer o terror que provoca nos que lhe são mais chegados.

O Seviciador consegue facilmente disfarçar-se de funcionário público, filantropo, líder religioso, filho ou marido respeitador, empregado num supermercado ou agente de seguros. Ele procura aliviar a sua auto-depreciação vingando-se nos que lhe são chegados e que ele sabe terem um medo aterrador dele. Tenha muito cuidado se por acaso tiver algo que o Seviciador queira. Ele consegue distorcer uma história melhor que ninguém, acabando por convencer os outros, e a si mesmo, que está a dizer a verdade. Uma das artimanhas é precisamente confundir tudo e todos. Ele é perito em mudar tudo, baralhar as questões e iludir as suas vítimas, levando-as a acreditar que elas é que são o problema ou, muito pior, que estavam a pedir para serem castigadas. Mentem continuamente mas acusam-no a si de ser o mentiroso.

Todos os Seviciadores são donos de uma mente intriguista que utilizam para magoar emocionalmente, mas alguns preferem mesmo fazer uso dos punhos, cintos, paus e qualquer instrumento que lhe possa ser útil para magoar ainda mais as suas vítimas. E continuamente distorcem a verdade, manipulam os sentimentos e escondem-se sob uma fachada de “é para o teu bem que faço isto”. O Seviciador acredita sempre que o sofrimento que incute nas suas vítimas é culpa delas, o que torna difícil ser ele mesmo a procurar ou pedir ajuda, mesmo que seja sob as ordens de um juiz.

Se você se identificar com esta máscara por favor procure ajuda imediata. E se identificar a pessoa que ama como sendo Seviciador afaste-se hoje mesmo. A sua vida corre perigo – literalmente.

A vergonha do Seviciador é mesmo ter sido ferido para além do que se possa imaginar, sente-se cobarde, impotente, traiçoeiro. Um produto danificado sem solução possível.

O desafio do Seviciador é reconhecer os danos que as suas acções infligem noutras pessoas e o mal que acarretam. A única forma de se curar é compreender que transferir a sua raiva para os outros pode aliviar a pressão interior por momentos, mas no fim do dia todos os actos ofensivos que comete são contra si mesmo. A única esperança de redenção para o Seviciador é encontrar uma força maior do que ele e pedir humildemente ajuda a essa força. Deve buscar o perdão dos outros e depois o seu. Tem que descobrir o seu próprio valor ou nunca se importará com o mal que inflige aos outros. Quando a violência contra si próprio terminar também a violência contra os outros irá terminar.

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